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Como a Seleção Brasileira viajou para os Jogos Olímpicos de Verão de 1932?

As Olimpíadas de 1932 foram realizadas durante a Grande Depressão. A participação nos jogos foi a mais baixa desde as Olimpíadas de 1904, já que vários países estavam lutando para financiar seus atletas. Mas você sabia que a seleção brasileira foi criativa e deu um jeito de chegar às Olimpíadas?

O Brasil não tinha recursos para enviar sua seleção às Olimpíadas de 1932 em Los Angeles. Mas a equipe teve uma ideia. Resolveram vender café nos portos onde paravam para se financiar.

Como o café ajudou a Seleção Brasileira?

Os Jogos Olímpicos de Verão de 1932 foram realizados em Los Angeles, Califórnia, apesar da crise econômica global que hoje conhecemos como a Grande Depressão. Dos 2,883 atletas que compareceram às Olimpíadas de Amsterdã há quatro anos, apenas 1,332 compareceram em Los Angeles, com apenas 37 nações participando em comparação com as 46 nações presentes em Amsterdã.

A significativa desaceleração econômica global afetou severamente as finanças das nações, financiando muito mais a viagem de seus atletas a Los Angeles. Era sabido que a maioria das nações lutava para encontrar uma maneira de seu país ser representado nas Olimpíadas de 1932. O Brasil foi um deles.

Na época, o Brasil era o maior produtor de café do mundo. Forneceu 80% do café globalmente. Mas a Grande Depressão impactou significativamente a indústria de café do Brasil. Os preços do café caíram globalmente e muitos compradores e contratos foram cancelados, deixando o Brasil com um problema de superprodução de café. (Fonte: Agora eu sei)

O presidente do país, Getúlio Vargas, criou o Conselho Nacional do Café, em que o governo comprou parte da safra de café de São Paulo e a alienou por meio de permuta. O país trocou café por trigo com os EUA e carvão com a Alemanha.

No entanto, a crise ofereceu uma oportunidade para os atletas brasileiros. O Brasil anunciou que enviaria atletas para as Olimpíadas de 1932 e usaria um esquema único para financiar sua equipe. Os atletas viajarão para as Olimpíadas a bordo de um navio mercante fretado SS Itaquicê.

E em convênio com o Conselho Nacional do Café, os atletas viajarão com cinquenta mil sacas de café doadas pelos cafeicultores. Eles seriam encarregados de vender café nos portos quando parassem e vender as sobras na Califórnia. Os atletas usariam os rendimentos para pagar as taxas de participação nas Olimpíadas. (Fonte: Encruzilhada do Café)

A viagem dos atletas brasileiros

O navio partiu do Rio de Janeiro no dia 25 de junho, transportando cerca de cinquenta mil sacas de café, além de 87 atletas, 9 nove oficiais, e funcionários, 13 jornalistas, uma banda naval, amigos e familiares dos atletas. A rota de viagem planejada era de cerca de 7,197 milhas náuticas, e muitas escalas portuárias foram planejadas para vender café.

Os brasileiros chegaram a Port of Spain, em Trinidad, no dia 6 de julho. Os atletas desembarcaram para se exercitar na praia e vender café enquanto faziam isso, mas não conseguiam vender muito. As finanças do navio estavam apertadas quando chegaram ao Canal do Panamá. Para evitar as taxas de trânsito do canal, os brasileiros argumentaram que o Itaquicê era um navio da marinha, pois tinha dois grandes canhões, mas não conseguiu convencer os funcionários do canal. Acabaram pagando as taxas.

Os atletas chegaram ao porto de LA no dia 22 de julho, oito dias antes do início previsto dos jogos. Sem que eles soubessem, o estado de São Paulo se rebelou contra o governo do presidente Varga. Isso levou a um atraso na obtenção de dinheiro para chegar aos atletas brasileiros. Os funcionários do porto exigiam um dólar por pessoa como taxa para desembarcar.

Os atletas poderiam juntar dinheiro suficiente para que 24 integrantes desembarcassem e seguissem para a vila olímpica. Mais alguns atletas puderam sair nos dias seguintes, mas foi relatado que cerca de 20 tiveram que permanecer a bordo, pois não puderam pagar a taxa. (Fonte: Encruzilhada do Café)

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