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Como os artistas famintos pagavam por suas bebidas no Café de la Rotonde?

Muitos artistas conhecidos no início de 1900 lutaram para ganhar a vida. Muitos deles migraram para a cidade de Montparnasse para viver seus sonhos e desfrutar da companhia de outros artistas na mesma situação. Mas você sabia que o dono de um café em Paris desenvolveu uma maneira engenhosa de ajudar artistas que não tinham dinheiro para comida ou café?

Café de la Rotonde, o famoso café de Paris, é onde artistas, escritores e outras mentes criativas passam o tempo. O dono do café, Victor Libion, ajudou-os aceitando pinturas e desenhos como pagamento na época.

Café de la Rotonde

O Cafe de la Rotonde, localizado no Carrefour Vavin na esquina do Boulevard du Montparnasse com o Boulevard du Raspail, foi inaugurado em 1911. Victor Libion ​​foi o fundador do referido estabelecimento. O café substituiu uma loja de sapatos anterior e se tornou um dos cafés mais famosos antes das guerras mundiais.

O café ganhou popularidade porque era frequentado por artistas e intelectuais, todos eles não abastados, já que o Café de la Rotonde atendia à pobreza. Artistas como Pablo Picasso, Diego Rivera, Federico Cantú, Ilya Ehrenburg e Tsuguharu Foujita visitavam e trabalhavam no café quase diariamente.

O café também inspirou esses artistas, observando que uma das obras de Picasso, No Café de la Rotonde, é uma cena familiar dentro do café. Mostra duas mulheres sentadas uma ao lado da outra e um garçom de pé à sua direita.

Muitos surrealistas como Gustave Moreau, André Breton e Man Ray eram clientes frequentes de La Rotonde. Esses intelectuais se encontravam no café diariamente para discutir suas ideologias e divulgá-las a outras pessoas. Essas reuniões atraíram novos membros, que por acaso também estavam no restaurante. (Fonte: Ómega)

Logo, Libion ​​vendeu o café e mudou-se mais ao sul da cidade para Denfert-Rochereau depois que as autoridades fecharam o café. Libion ​​se recusou a cooperar com a polícia e se tornou seu informante para os revolucionários russos Ilych Lenin e Leon Trotsky, que eram seus patronos regulares.

Hoje, o café mantém o design dos anos 1930. Ele ainda exibe as pinturas de Amedeo Modigliani em suas paredes, e seu tema vermelho é aparente em todo o café, combinando com o sinal do lado de fora do edifício. Os diagramas da mesa têm assinaturas de artistas como Picasso, Man Ray e Ernest Hemingway, e alguns itens do menu têm o nome de outros intelectuais, como Kiki. (Fonte: Paris de uma mulher)

Como os artistas pagam o café? 

Libion ​​era uma pessoa gentil. Ele permitiu que os artistas sentassem em seu café por horas com apenas uma xícara de café. Libion ​​até fingiu não perceber quando um croissant ou ponta de baguete sumiu, entendendo as lutas dos artistas que frequentavam sua loja.

Libion ​​também ajudava os artistas, assinando jornais estrangeiros para seus clientes regulares falidos e chegava ao ponto de comprar cigarros para eles. Quando um artista estava totalmente sem dinheiro, ele costumava pedir uma de suas obras.

O pagamento vinha de várias formas, geralmente como uma pintura ou um esboço em um guardanapo. Libion ​​então segurava a peça e pendurava nas paredes do café, devolvendo-a assim que o artista já pudesse pagar. (Fonte: Paris de uma mulher)

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